A abordagem da violência na Atenção Básica é um desafio a todos que integram a equipe de saúde da família. As situações são as mais diversas, pode se apresentar de forma clara ou escondida sob sintomas e sinais. Se é expectante ou urgente, dúvidas ou certezas, orientar e agir ou agir e orientar, depende de com quem você está lidando, mas… Você sabe lidar com essas situações?
Violência Infantil
- A cada 40 minutos, uma criança de 0 a 14 anos é estuprada. Dessas, 43% tinham menos de 9 anos¹
- 3 em cada 10 pessoas conhecem uma criança que sofreu violência2
- A cada dia, em média 129 casos de violência psicológica e física, incluindo a sexual, e negligência são reportados ao Disque Denúncia 100. A cada hora, são cinco casos de violência contra meninas e meninos³
- No Brasil, a cada 100 crianças, 68 sofreram punição corporal em casa4
Palestrante: Diego Junqueira Sarkis
É médico formado pelo Universidade Federal de Juiz de Fora e Pediatra pelo Programa de Residência Médica da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. Atualmente, é pediatra da Unidade de Pronto-Atendimento na UPA Oeste e no Hospital Albert Sabin, atuando também, no setor de neonatologia do Hospital São Vicente de Paulo e no Hospital Monte Sinai. Diego também é professor do internato da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Violência contra a Mulher
- No primeiro semestre de 2018, o Governo recebeu quase 73 mil denúncias de violência contra as mulheres5
- Um estupro ocorre a cada onze minutos (sendo que se estima que isso seja apenas 10% do total de casos)5
- São notificados 10 estupros coletivos por dia (e 30% dos municípios brasileiros não notificam esses casos)6
- A cada 7,2 segundos uma mulher é vítima de violência7
- 13 mulheres perdem sua vida diariamente, vítimas do feminicídio8
- 2 a cada 3 universitárias já sofreram algum tipo de violência no ambiente universitário9
Palestrante: Joana de Souza Machado
Professora Adjunta da Faculdade de Direito da UFJF. Mestrado e Doutorado pela PUC-Rio, com estágio doutoral junto à Harvard Law School. É integrante da comissão de direitos humanos e cidadania da OAB/JF e do Coletivo Marielle Franco - Mulheres UFJF.
Violência contra o Jovem Negro
- A cada 23 minutos, um jovem negro morre10
- Dos 30 mil jovens vítimas de homicídios por ano, 77% são negros11
- As taxas de homicídio dos jovens negros chegam a ser, em algumas capitais, quase dez vezes maiores que a média nacional12
- O desemprego é maior entre os pretos (7,5%) e pardos (6,8%) que entre os brancos (5,1%) 13
- O trabalho infantil é maior entre pardos (7,6%) e pretos (6,5%), que entre brancos (5,4%) 13
- Entre os brancos, 70,7% dos adolescentes de 15 a 17 anos estão no ensino médio, etapa adequada à idade, entre os pretos esse índice cai para 55,5% e entre os pardos, 55,3% 13
[10] https://nacoesunidas.org/racismo-a-cada-23-minutos-um-jovem-negro-e-assassinado-no-brasil/[11] https://www.bbc.com/portuguese/brasil-36461295[12] https://vidasnegras.nacoesunidas.org/[13] http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2016-11/educacao-reforca-desigualdades-entre-brancos-e-negros-diz-estudo
Palestrante: Cosme Rezende Laurindo
Enfermeiro pela Universidade Federal de Juiz de Fora , atualmente é Residente em Saúde Mental pelo Programa de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde do HU-UFJF e Pós-Graduando em Saúde da Família pela Faculdade Unyleya. É integrante do Coletivo Liberdade Juiz de Fora-MG. Integra os seguintes grupos de pesquisa: Grupo de Estudos e Pesquisas em Sexualidade, Gênero, Diversidade e Saúde: Políticas e Direitos; e o Núcleo de Estudos em Infecções e Complicações relacionadas à Assistência à Saúde. Foi Ligante e Membro Diretor da Liga Acadêmica de Saúde Mental da UFJF e Ligante da Liga Acadêmica de Medicina da Família e Comunidade da UFJF. É administrador da página no facebook "ENF: o cuidar em saúde mental". Possui formação complementar em Saúde da População Negra, e experiência e interesse em: Saúde Mental; Diversidade Sexual e de Gênero; Saúde da População Negra; Saúde da Família.
Violência ao idoso
- A cada 15 minutos, um idoso sofre algum tipo de violência no Brasil14
- Em 52% dos casos, é cometida pelos próprios filhos15
- 85%, dentro da própria casa15
- Em todo o mundo, um em cada seis idosos é vítima de violência, alerta ONU16
Palestrante: Estela Saléh da Cunha
Estela possui graduação em Serviço Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora, mestrado na área do envelhecimento humano também pela UFJF; especialização voltada à política de atenção à velhice; mestrado pela UFJF, em que versou sobre a velhice ser um processo socialmente construído, e doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em que abordou as questões de religiosidade, trabalho e família no indivíduo idoso.
Tem experiência na área de Serviço Social e Políticas Públicas, com ênfase em fundamentos, formação e exercício profissional em Serviço Social, atuando principalmente nos seguintes temas: gerações, processo de envelhecimento, questão social, trabalho, educação e formação profissional. Atualmente é professora na Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora
Violência à população LGBT
- 73% de estudantes LGBT relataram ter sofrido agressões verbais, e desses, 36% foram agredidos fisicamente. 60% dizem que se sentem inseguros na escola por serem LGBT17
- A cada 25 horas, um indivíduo é assassinado no país devido a sua orientação sexual e apenas no primeiro trimestre de 2018, 126 morreram18
- 41% afirmam terem sofrido discriminação por sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho19
- 33% das empresas brasileiras não contratariam pessoas LGBT para cargos de chefia19
- 61% dos funcionários LGBT no Brasil optam por esconder a sexualidade de colegas e gestores19
- 40% dos gays já pensaram ou tentaram cometer suicídio. Número cai para 15% entre aqueles que se identificam como heterossexuais20
- 63% dos jovens relatam sentir rejeição total, ou parcial, dos familiares após assumirem a orientação sexual19
[17] http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2016-11/mais-de-um-terco-de-estudantes-lgbt-ja-foram-agredidos-fisicamente-diz[18] http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-05/dia-de-combate-homofobia-sera-marcado-por-debates-em-salvador[19] https://diplomatique.org.br/prejuizos-do-preconceito/[20] https://observatoriog.bol.uol.com.br/noticias/2017/12/40-dos-gays-ja-pensaram-ou-tentaram-cometer-suicidio-revela-pesquisa
Palestrante: Marco José de Oliveira Duarte
Marco é pós-Doutor em Políticas Sociais e Cidadania na Universidade Católica do Salvador; Doutor em Serviço Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Mestre em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; possui residência em Serviço Social no Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; é especialista em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas e possui graduação em Serviço Social e em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense.
Atualmente é Professor Adjunto da Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora nos cursos de graduação em Serviço Social, Residência Multiprofissional em Saúde Mental e do Programa de Pós Graduação do Serviço Social como Docente Permanente, desde 2018.
Tem experiência na área de Serviço Social, Saúde Mental e Saúde Coletiva, com ênfase, respectivamente, em Serviço Social na Saúde, Saúde Mental, Drogas e Atenção Psicossocial, Processo de Trabalho em Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: serviço social, saúde coletiva, saúde mental, drogas, atenção psicossocial, família, subjetividade, religiosidade, diversidade sexual e de gênero e direitos humanos.
É Sócio-fundador da Associação Brasileira de Saúde Mental - ABRASME desde 2008, tendo feito parte de seu Conselho Consultivo no biênio 2012-14.
Marco também foi Pesquisador do LIDIS - Laboratório Integrado em Diversidade Sexual e de Gênero, Políticas e Direitos – da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Foi membro do Conselho Estadual de Direitos da População LGBT do Rio de Janeiro (2012-2014).
Além disso, fez parte da equipe que formulou a Política Nacional de Saúde Integral da população LGBT; é professor do Serviço Social da UFJF acerca de questões de Gênero e Sexualidade; criou o GEDIS - Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Sexualidade, Gênero, Diversidade e Saúde: Políticas e Direitos, grupo este destinado a pesquisar a temática da Diversidade Sexual e de Gênero, especificamente da saúde integral da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) e sua articulação com o campo da saúde mental, drogas e direitos humanos; e também criou o projeto de extensão DIVERSE - Observatório em Diversidade Sexual e de Gênero da UFJF.